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AUXÍLIO, CRÉDITO E REDUÇÃO DA POBREZA

por Phil Bartle, PhD

traducido por Lucas Tcacenco


Notas para orientadores

Esse é um pequeno manual, voltado para o trabalhador de campo, para que ele possa entender os princípios básicos que estão por trás das técnicas de empoderamento em comunidades de baixa renda.

Introdução:

Muitos cidadãos conscientes têm notado o lado mais duro da pobreza, freqüentemente através de grandes desastres, alguns naturais, outros de natureza humana. Essas pessoas têm feito várias coisas para aumentar a renda das vítimas. Algumas têm fornecido máquinas de costura, outras comida. Uma característica comum a todos esses projetos foi que a redução da pobreza entre as vítimas não pôde ser mantida após a concessão das caridades.

Nossa perspectiva é ajudar aos necessitados a não se tornarem dependentes de uma caridade contínua (permanecendo na pobreza), mas sim capazes de crescer e viver independentes.

Nos materiais de treinamento desse website, o tema geral é o de "empoderamento", onde os beneficiários não recebem caridade, que os vicia na expectativa de mais caridades, mas são orientados de maneira a se tornarem mais fortes (empoderados, capacitados) ficando, assim, auto-suficientes e menos dependentes. Existem doações e doações. Algumas dessas, embora com boas intenções, viciam os beneficiários a esperarem por mais doações, tornando-os cada vez mais dependentes. (Veja: A Síndrome da Dependência). Porém, existem doações à classe pobre que ajudam-os a deixar a pobreza para trás. São as desse tipo que desejamos e apoiamos.

Aliás, não somos contra a caridade em situações de emergência. Há ocasiões em que as vítimas são pessoas desamparadas devido à terremotos, conflitos civis, temporais, enchentes, guerras, bombas, desastres de avião. Nessas circunstâncias temos a obrigação de fornecer alimentos, abrigo, remédios e assistência à essas vítimas, caso contrário, elas não sobreviveriam.

Entretanto, outras vezes, a caridade se transforma num fardo, perpetuando a fraqueza e a pobreza, em vez de ajudar a fortalecer as vítimas.

Traçar uma linha entre estas duas situações não é fácil, e mudar de um modo de caridade para um modo de desenvolvimento também não.

Baseando-se nos princípios de empoderamento, o método de redução da pobreza nesse material defende a criação de um novo valor agregado (riqueza), além de evitar a concessão da caridade de modo a aliviar ou diminuir a pobreza, e o uso de crédito no comércio em vez de subsidiado à taxas acessíveis de mercado.

O que é fornecido sem remuneração, onde possível, é a estruturação e treinamento gerenciais necessários para os beneficiários fazerem uso de crédito para gerar (criar) um valor real agregado (riqueza) para a renda deles.

Bolsas versus Empréstimos:

Algumas pessoas podem alegar que para a geração de renda deveríamos conceder bolsas-auxílio para as pessoas mais pobres. Bolsas são como se fossem presentes. Não espera-se que sejam pagas.

Quando vemos pessoas em situações consideráveis de pobreza, nos sentimos tentados a dar-lhes algumas coisas. Doações, contudo, os estimula na expectativa de receber mais.

Doações de bens necessários à sobrevivência logo após desastres (alimentos, vestimentas, abrigo, remédios) são muito úteis; caso contrário, elas não sobreviveriam. A doação contínua após a recuperação, entretanto, ajuda a criar e intensificar a síndrome da dependência, e, assim, contribuir para a pobreza.

A "atitude solidária" afirma, de maneira incorreta, que devemos continuar doando-lhes coisas que necessitem. Análise do Desenvolvimento, em contraponto, nos informa que a caridade não é sustentável, que contribui para a pobreza a longo prazo, e não ajuda as pessoas a se tornarem mais fortes e auto-suficientes.

Quando a sociedade ouve a expressão "geração de renda", logo lhes vêm à cabeça que a transferência de fundos aos beneficiários é característico à geração de renda. ... Na verdade, não é. Nenhum tipo de riqueza é gerada pela mera transferência de dinheiro de um donatário a outro. A transferência alivia os sintomas de pobreza para os receptores, mas somente a curto prazo. Ela não ajuda a combater as causas da pobreza, nem a reduz ou a elimina.

Portanto, o dinheiro que é transferido, sob a nossa metodologia, está na forma de crédito, ou seja, um empréstimo que deve ser pago. Se o que os receptores fizerem com os empréstimos resultar em um aumento de renda, incluindo renda suficiente para pagá-los, assim como ajudá-lo a ter fluxo de caixa, uma riqueza verdadeira é gerada.

Taxas de Juros:

Sendo uma vez estabelecido que empréstimos em vez de bolsas-auxílio vão contribuir de forma mais ampla para a redução sustentável da pobreza e a verdadeira geração de valores agregados (riqueza), a próxima questão seria: Devemos pagar taxas de juros? e a que valores?

Novamente, pessoas solidárias, mas centradas na caridade, podem alegar que, "essas são pessoas pobres, logo, não deveriam pagar juros ou, pelo menos, que deveriam ser subsidiados". Como citado acima, a atitude solidária, se praticada, contribui para a pobreza, não para sua eliminação.

Um programa direcionado à ajuda comunitária, de modo a tornar seus membros mais auto-suficientes, é definitivamente um programa de orientação. Quando você vê um mendigo na calçada e o dá uma moeda, você está treinando-o a se tornar cada vez mais um mendigo com sua contribuição. Lembre-se da história de Maomé e a corda na seção Histórias.

Quando o mendigo pediu ao Profeta Sagrado (que descanse em paz) para dar-lhe comida, o profeta lhe deu uma corda e o instruiu a usá-la indo à floresta e catando madeira, amarrando-a com a corda, e vendendo sua madeira na cidade para comprar comida. O mendigo ouviu seus conselhos e adquiriu capital em vez dos bens de consumo que ela tinha solicitado.

O conselho o ajudou a criar confiança ao passo que diminuiu a mendigagem dele.

Com esse princípio em mente, nossa metodologia recomenda que o crédito fornecido seja oferecido da maneira que estiver disponível sem a participação de seu projeto (seja à taxas justas de mercado ou decretadas pelo governo). Pois, se você fornecer crédito gratuito ou à taxas subsidiadas, você treina os beneficiários a serem capazes apenas de operar com essas taxas, o que não ocorre no mundo real. Portanto, você deve treiná-los para a realidade.

Se você olhar o mercado ilegal de empréstimos ("agiotas"), verá que a taxa de juros subirá a níveis criminalmente extorsivos, algo como 200% ou mais. No sentido geral de nossa metodologia, você estará assistindo aos receptores, no final, a se tornarem qualificados para empréstimos bancários, a e serem capazes de evitar a dependência de agiotas.

O crédito fornecido nesse método de redução de pobreza deve ser fornecido à taxas de juros acessíveis; não de graça, nem subsidiadas.

Nota sobre religião:

Muitas religiões, especialmente as de tradição judaica, cristã e islâmica, têm regras contra empréstimos e taxas de juros altas. Isso acontece por causa dos níveis extorsivos das taxas de juros, que culminaram em roubos. Os agiotas têm sua existência desde os tempos bíblicos.

A cobrança anormal de altas taxas de juros é chamada de usura. Não defendemos a usura aqui.

Quando você trabalha num projeto para a geração de renda como esse, em uma sociedade islâmica, você talvez se imagine em um terrível dilema: (1) a redução sustentável da pobreza requer a cobrança de taxas de juros e (2) a religião proíbe a cobrança de taxas. Não se preocupe; existe uma solução. Recomendamos que faça exatamente o que os bancos fazem nos países islâmicos.

A cobrança de juros em empréstimos é, na verdade, uma taxa de aluguel para um empréstimo temporário de dinheiro. E a cobrança de aluguel por outras razões, como alugar uma casa ou um carro, também é permitida. Os bancos cobram uma taxa de serviço ou taxa locatária, em vez de juros. Descubra o que elas são e solicite o mesmo no seu projeto de geração de renda.

Evite a "abordagem solidária", assim como a usura.

Quem executa as transações bancárias?

Enquanto esse método defende a idéia de que o dinheiro a ser usado pelos beneficiários seja concedido à justas taxas justas de mercado, também se defende a idéia de que o crédito seja obtido pelos beneficiários junto à bancos, cooperativas de crédito ou outra instituição similar licenciada a operar práticas bancárias.

É melhor conceder o empréstimo (ao amplo grupo de receptores que você organiza) por intermédio de um banco do que tirá-lo de seu bolso. Isso melhora a transparência e também lhe ajuda a se proteger de acusações (e tentações) de corrupção e desvio de dinheiro.

Se você e sua agência ou departamento, responsáveis pela organização e fortalecimento das comunidades, lidarem com os empréstimos, sua habilidade de fortalecer e mobilizar se enfraquecem. Talvez você seja honesto, mas será suspeito de usar o dinheiro para uso pessoal e não terá credibilidade. Descredibilidade reduz sua eficácia.

Melhor do que conceder bolsas aos receptores, use o dinheiro para treinamentos que sejam integrados à provisão de crédito. Melhor do que subsidiar as taxas a serem pagas no empréstimo, use sua soma para treinamentos.

Treine seus beneficiários para que sobrevivam e cresçam mais fortes no mundo real das taxas de crédito.

Conclusão:

Esse manual explica por que, quando se quer fortalecer os beneficiários, se deve evitar a dependência e ajudá-los a se tornarem auto-suficientes. Para isso é necessário que você evite a caridade sob a forma de bolsas ou dinheiro, empreste dinheiro como forma de crédito (através de instituições financeiras licenciadas) e cobre taxas de juros acessíveis em cima do crédito.

Se alguma coisa tiver que ser fornecida de graça, não será o dinheiro, mas organização e orientação.

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Uma viagem de treinamento; Uma visita ao banco:


Uma viagem de treinamento; Uma visita ao banco

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Última actualização: 05.12.2011

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