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CORRESPONDÊNCIA

por Phil Bartle, PhD

traduzido por Fátima Gouveia

Contribuições serão adicionadas cronológicamente ao topo desta coletânea

Data: Sexta-feira, 28 Out
De: "Kofi Amua-Sekyi"

Isso é muito interessante porque eu viajei para Gana em 1994. Eu fiquei na Universidade Cape Coast por mais ou menos um final de semana com o Chanceler e sua família (os quais são meus parentes mas eu me envergonho de dizer que esqueci seus nomes), também acho que Ekua Amua-Sekyi que ensina na Universidade, é meia irmã do meu pai. Quais os anos que você ensinou lá? Alguma dessas pessoas lhe soa conhecida? E por falar nisso, eu não sabia que o Canadá era uma confederação, história no colégio americano nos confunde (crianças americanas), fazendo-nos acreditar que confederações não dão certo. Eu me refiro ao início da história americana, (não a guerra civil confederada que não foi bem sucedida por outras razões), mas o Canadá é uma nação bem sucedida e competitiva, interessante.

Empoderamento da Comunidade escreveu:

Sim, eu lecionei na Ogua Suku-pon (*University of Cape Coast") por quatro anos.

Sim, estados diferentes tem sistemas diferentes. Muitas pessoas veem similaridade entre Canadenses e Norte Americanos, apesar de que os Canadenses geralmente odeiam a comparação. O Canada é uma confederação, enquanto que os Estados Unidos tem um sistema federativo. Histórias diferentes, condições diferentes, resultados diferentes.

Os Fante nunca alcançaram o grande sucesso que os Ashanti conseguiram, os quais controlaram um império que se estendia até Ouagadugu, que é hoje Burkina Faso, também até a Costa do Marfim, e sobre a maior parte de atuais estados Akan na floresta tropical, na maior parte do sul de Gana incluindo partes da Região do Volta. Quando os portugueses chegaram em Elmina em 1472, encontraram os Asante que comercializavam com os Libaneses e os Sírios(descendentes dos Fenícios).

A situação costeira era bem diferente da situação da floresta tropical, e havia muitos, dezenas, de países competidores comercializando ao longo da costa, cada qual com fortes diferentes, e fazendo alianças com grupos locais diferentes, geralmente estimulando o conflito entre eles e impedindo qualquer desenvolvimento de um estado unificado. Reinos Europeus batalharam muitas guerras fora da Europa, fato que continuou existindo até a guerra fria.

Hoje há remanescentes de 400 fortes e castelos ao longo da costa de Gana, todos construidos antes do período colonial.

Minha esposa é Fante.

Eu também nasci em uma sexta-feira.


Data: quinta-feira, 27 Out
De: "Kofi Amua-Sekyi"

Muito obrigado, isto tornou-se um interesse renovado de minha parte e quanto mais eu aprendo, melhor. Eu espero que não lhe esteja perturbando com todas as minhas perguntas, porém eu tenho uma que não pertence ao tópico e é mais para meu conhecimento pessoal. Caso você não tenha percebido pelo meu nome, meu povo é Fante que fazem seu lar na maioria das vezes em Oguaa ou Cape Coast. A família de meu avô especificamente é de Edumaafa perto de Mankessim. Agora, minha questão é: todo mundo sabe que o povo Ashanti tinha uma regra primordial(Osei Tutu foi o primeiro, eu acho), mas o que fez com que os Fante, que também descendem dos Akan, se tornassem uma confederação ao invéz de terem vários chefes sob um rei como os Ashanti não o fizeram, isto prova ser uma desvantagem em questões de guerra para os Fante.

Empoderamento da Comunidade escreveu:

Claro. Eu vou tentar.

Primeiro, para que você tenha um conhecimento básico, deveria ver: http://cec.vcn.bc.ca/mpfc/modules/fam-akap.htm Nas áreas de floresta tropical, onde os Akan agora vivem, o povo que lá viveu antes era os Guan. Aparentados com os Nchumuru, os Gonja, os Benkum (esquerda) divisão de Awapem sob Larteh (Data), e algumas cidades na costa como Winneba (Simpa).

Os Guan tinham descendência patrilinear, herança e sucessão. Frequentemente os chefes eram também pregadores dos deuses locais, principalmente dos rios.

Por ser patrilinear, cada ajuntamento tinham uma parcela de autonomia. Quando uma mulher se casava, ela tinha que deixar sua linhagem e vila de nascimento, e ir viver na de seu marido.

Matrilinear não é a imagem no espelho de patrilinear. Isto ocorre por causa do papel das mulheres: esposa, filha e mulher.

Como um grupo matrilinear descendente precisa da participação ativa de seu membros do sexo feminino, mulheres dividiram seu tempo e realezas entre seus maridos e suas linhagens. Isso não era necessário entre os patrilineares Guan.

Para resolver isso, os Akan resolveram por fazer confederações entre linhagens. Eles viviam próximos uns dos outros, enquanto que os Guan viviam dispersos, asentamentos de única linhagem.

Então o Oman Akan foi formado. Um oman (estado) era composto de linhagens confederadas, e eles tinham funções diferentes para a guerra: Adonten (vanguarda = guarda de frente) Benkum (Guarda da Esquerda) Nifa (guarda da direita) Kyidom (Guarda de Retaguarda), Gyaaes (Ministério do Interior) e Oman (Supremo).

Tome um time de futebol como exemplo ilustrativo. Se dois times tivessem os mesmo nível de habilidade e equipamento, porém um fosse mais organisado para golear, defender, atacar e nos escanteios. Então seria o mais provável vencedor das partidas do que o outro que tinha apenas um conjunto de jogadores desorganizados.

Isso fez com que os Akan fossem muito eficientes na guerra, especialmente nas guerras para obter o controle de rotas de comércio importantes no norte e no sul pelas florestas tropicais. Membros de cada linhagem dentro da confederação sabia onde e como seriam enviados para guerrear, e eram especialisados nas habilidades necessárias.

Assim os Akan com sua matrilinearidade prosperou e os Guan com sua patrilinearidade declinou. Exceto por uns poucos resíduos remanescentes, os Guan foram substituidos pelos Akan na floresta tropical.


Data: Quarta-feira, 26 Out
De: "Kofi Amua-Sekyi"

Obrigado por sua ajuda e se não se incomodar eu gostaria de acrescentar em meu livro que falei com você e também acrescentar a informação que me deu. Apesar de a minha teoria não ser correta, a oportunidade de acrescentar informação correta e outras teorias e as pessoas que contribuiram para elas, fazem meu livro melhor. As notas e teorias que eu escrevo neste livro não só são importantes, como também a maneira como cheguei a essa conclusões e também qual conclusão é possivelmente a correta. Realmente é sómente minha atividade criativa a fazer enquanto eu envio curriculos por e-mail. Tenho certeza de que terei mais perguntas e obrigado novamente.

P.S.: Poderia por favor, me explicar como a sucessão matrilinear organiza um confederação melhor e beneficia os Akan na guerra, estou um pouco confuso com respeito a isso.

Empoderamento da Comunidade escreveu:

Para mim, a sucessão matrilinear, descendencia e herança chegaram ao sul de Gana depois da dissolução do Império Mali, e teve sua origem irrevogável na primeira dinastia egipcia. O motivo pelo qual isso é tão forte entre os Akan é porque em muitas guerras, para obter o controle das rotas de comércio, a organização matrilinear descendente era projetada melhor para confederação do que a patrilinear, e portanto as divisões de frente, traseira, esquerda e direita estavam mais bem organizadas para a guerra.

Os Akan dizem que eles sempre conhecem a mãe de uma pessoa, mas não o pai com certeza como meio para justificar a matrilinearidade. Mas isso é uma história, não uma razão para sua origem e força.

Os Akan vendiam escravos aos europeus, e esses escravos vieram do norte de Gana e sul de Burkina Faso, e eram todos patrilinear. Então, praticamente não há relação entre amor Afro-americano e matrilinearidade Akan. Poucos Akan tornaram-se escravos translatlanticos. A exeção notória eram os Quilombolas no Caribe.

Os Akan mudaram-se para a floresta tropical quando tentavam escapar do alastramento Islamita do século VII, e eles detestavam o Islam e é por isso que ninguém pode ser circuncisado e escolhido para chefe ou pregador.

Matrilinearidade não é comum na Africa, e os Akan são uma grande exeção. Todos os outros grupos em Gana são patrilineares. Outro grupo está no Copperbelt (cinturão do cobre) da Zambia.

── Kofi Amua-Sekyi escreveu:
Olá Dr. Bartle

Como vai, Dr. Bartle? Meu nome é Kofi Amua-Sekyi e nós conversamos por e-mail há muitos anos. Eu acho que o diálogo era sobre clãs Akan e aprender a falar Twi and Fanti. Bem, isso foi há muito tempo e eu desde então me graduei na faculdade, mas estou ainda aprendendo sobre meu povo e tenho mais perguntas se você tiver tempo. Sendo um recém graduado, estou naturalmente desempregado e tenho muito tempo à mão. Então estou trabalhando em um livro por diversão. É na verdade somente uma coletânea de teorias, histórias, e questões que sempre tive durante a vida. A anotação em que estou trabalhando agora é sobre uma teoria que eu tenho sobre o porque muitos chefes africanos acreditam na sucessão completa matrilinear ao invés da patrilinear como européia. Você escreveu algumas coisas sobre isso(onde fez referência ao acadêmico árabe Al Bakr, eu acho) e eu concordo plenamente com você(poligamia e saber que o filho de sua irmã é na verdade seu sobrinho são razões óbvias), mas eu também tenho uma teoria na qual o meio ambiente e a natureza em si tem um papel importante onde os primeiros Akan, por exemplo, decidiram que a linhagem materna é a mais importante.(i.e. o domínio e/ou importancia de fêmeas animais na Africa é um exemplo). Eu só gostaria de saber se você acha que esta é uma teoria boa, se é estúpida, ou se alguém já a provou certa ou errada, básicamente eu deveria apresentar um registro novo para o meu livro. Oh, sim, eu sei que escrevi muito, mas só mais uma coisa. Você estaria de acordo que desde que a "linhagem materna" é tão importante em tantas culturas africanas, isso poderia ter algo a ver com o relacionamento de Afro-americanos e suas mães. Eu sei que isso é muito, mas gostaria muito de ter sua opinião.

Obrigado por sua ajuda, sempre.

Kofi Amua-Sekyi


Para:
Enviado: Segunda-feira, 23 de maio,
Assunto: Re: re remédios na floresta

Sim, Kevin.

Leia o meu estudos Akan e o Akan estudo de caso no meu site de sociologia. Não há uma palavra na língua Akan que significa precisamente "família". O grupo de descendência corporativa abusua, é baseado na descendência matrilinear, assim como a sucessão e herança. Por isso que dois homens me adotaram, não um.

Depois disso, Kevin, por favor, não tome isso como pessoal, mas eu não o conheço e não tenho a menor idéia onde e oque você faria com a informação, então eu prefiro não responder perguntas pessoais sobre meus parentes.

Tudo de bom,

Phil


Enviado : 22 de Maio,
De : Kevin Cunneen

Prezado Phil,

Obrigado por responder.
Eu vou ver o seu site um pouco mais detalhadamente... obrigado.

Ainda, aquele homem que o adotou, a família dele ainda vive?

Atenciosamente
Kevin


Para:
Enviado: Segunda-feira, 23 de maio de 2005 11:09 AM
Assunto: RE: remédios na floresta

Prezado Kevin,

Muito bom ler sua carta.

Sim, fora de Gana eles produzem suco de palmeira sem cortar a àrvore, mas os seringueiros ganeses despresam esse método porque o vinho de palmeira não tem bom sabor, e eles acham que isso é mesquinho.

Curandeiros traditionais são muito sigilosos em relação as ervas que usam, com razão. Isto impede o abuso por parte de amadores que podem não saber qual a dosagem utilizar, e essa varia com a estação chuvosa ou seca. Enquanto tiverem aprendizes isso é bom, mas infelizmente alguns não tem, e alguns medicamentos estão sendo esquecidos. O desmatamento também é um grande destruidor de medicamentos da floresta tropical. Meu amigo, Dennis Michael Warren, trabalhou muito com os curandeiros tradicionais em Brong Ahafo. Você pode ver um pouco de seu trabalho em uma biblioteca universitária.

Nana Adwoa está viva e bem, porém Aboam é uma vila muito isolada, e você teria que ir para Gana para conseguir ve-la; não há eletricidade ou telefones lá.

Na página principal de meus estudos sobre os Akan, indexp.htm, você verá um link para Kompan Adepa, clique sobre ele e explore. Ele é um não-ganês possuído por um deus tradicional em Brong Ahafo, literato, e médico de ervas. Talvez você queira falar com ele. http://www.kompanadepa.org/index.htm

Minha esposa, da costa em Gana, estuda ervas traditionais, e planta uma boa quantidade aqui clima ameno do oeste do Canada. Ela aprendeu muito de uma velha senhora Rastafarian naEthiopia.

Felicidades,

Phil

Copiado para o meu amigo Ben na Australia e meu amigo Bill em Gana,


Enviado : 22 de maio,
De : Kevin Cunneen

Oi Phil,

Eu li seu site com grande interesse! É fantástico. Encontrei-o por acidente procurando por informação sobre vinho de palmeira e como fabricar depois de extrair da palmeira (em razão de termos muitas palmeiras aqui) eu queria ver se conseguiria fazer sózinho.

Porém eu vi eles cortando a palmeira, mesmo em outros lugares como perto de Dakar, eles abriam um buraco no topo da palmeira e seguiam drenando tudo, portanto não matando a palmeira.

Eu também fiquei interessado em ervas encontradas na floresta porque eu planto ervas para meu uso pessoal. Sem elas eu não teria nenhuma qualidade de vida. E algumas delas são muito difíceis de encontrar, começando por algumas que sómente uma pessoa na Australia conhece, e "por acaso" consegui localiza-la e descobrir que as ervas tem um impacto enorme sobre o corpo.

Isto era algo que eu não tinha o mínimo conhecimento antes de encontra-la, e eu acho que o fato de conhecer oque ela me ensinou salvou minha vida.

Você tem alguma fotografia dessas ervas? Nana Adwoa ainda vive e você a viu recentemente...ou a família que o adotou?

Tenho certeza de que aquela viagem teve um enorme impacto em sua vida...é difícil crer que tal aventura poderia realmente acontecer.

Obrigado por qualquer coisa que possa enviar.

Atenciosamente

Kevin Cunneen


Data: Segunda-feira 24 de janeiro
De: Nana Korantenmaa
Assunto: Cultura Akan

Saudações Dr. Phil:

Meu nome é Nana Korantemaa e eu fiquei muito feliz ao ver o seu site na Internet. Ele foi muito bem feito e com muita informação sobre a cultura Akan. Você mencionou que gostaria de ter um trabalho sobre "o papel dos sacerdotes e sacerdotisas". Isto foi incluido no site ou posso encontrar em um outro site? Também gostaria de saber se você pode me direcionar onde posso encontrar informação sobre Abosom Nana Asuogyebi, também conhecido por Asuo. Eu sei que há um santuário para ele em Accra, mas aparentemente ninguém sabe me dizer de quais outras regiões ele vem e onde Okomfo pode ser encontrado em Gana.

Com grande apreço,

Nana Abena Dunyo Korantemaa


Data: Sábado, 22 Jan
Assunto: calendario Akan
Nana Kwaku Sakyi, nanasakyi@kompanadepa.org
www.kompanadepa.org

Saudações Dr. Bartle

Por acaso eu encontrei um artigo escrito por você sobre o calendario Akan publicado na Africa:Jornal International African Institute. Eu gostaria de ter sua permissão para colocar seu artigo no meu site da Internet. Eu lhe darei todo crédito e reconhecimento de todas as partes envolvidas. Se você quiser mais informação sobre mim e meu site na Internet, por favor visite www.kompanadepa.org. Pode ser que você ache bem interessante. Se tiver algum conselho que queira dar, por favor sinta-se a vontade para faze-lo. Eu também colocarei um link para o seu site no meu.

Sinceramente obrigada

Nana Kwaku Sakyi


Data: Segunda-feira, 12 Jul.
Para: "Kari Glynes Elliott"

Prezado Dr. Elliott,

Muito obrigado por sua mensagem por email.

Um chefe(não um cacique) é possuído por seus ancestrais. Cerca de 9 entre 10 são homens. Um chefe é o santuário vivo de seu(s)/sua(s) antepassados matrilineares, primeiros chefes, na sociedade Akan que é matrilinear, cerca de 46 por cento da população de Gana. E de sua/seu antepassado patrilinear na maioria dos outros grupos étnicos(Ewe soma cerca de 11 por cento da população de Gana). A linhagem matrilinear ou patrilinear é um grupo de descendência corporativa, governado por gerontocracia, sendo a maior parte dos anciãos composta por mulheres. Quando um chefe morre, os anciãos elegem um novo, não há regra de descendência direta como na aristocracia Europeia. A linhagem corporativa detém os tamboretes (no sul de Gana) ou peles (no Norte de Gana) que são santuários permanentes da linhagem dos ancestrais. A linhagem também possui corporativamente outros recursos, o mais importante, a terra que aloca seus membros e cônjuges e algumas instituições como igrejas e escolas, o que lhes confere direito de usufruto porém não a posse. As vezes os chefes recebem um enorme suborno pessoal darem direitos de recursos sobre a terra como madeira, e as vezes há conflito com membros da linhagem sobre essas quantias.

Os anciãos elegem um novo chefe quando há uma vaga (queda de tamborete ou morte), e esse recruta deve ser "capturado" e colocado no tamborete depois de aprovação dada pelos anciãos da linhagem e pelos anciãos de todas as linhagens dentro da confederação que representa um nivel mais alto de chefia. Homens jovens que não querem se tornar chefes, especialmente se eles tem uma carreira pela frente, geralmente fogem, porque os anciãos querem escolher a pessoa mais inteligente, mais forte e bem sucedida educativa e financeiramente para ser seu chefe. Não há sanções ou punições para uma pessoa que foge, e essa pessoa geralmente volta seu lugar de origem depois de um ano ou mais quando um novo chefe foi empossado (colocado no tamborete) com sucesso.

Os princípios para o recrutamento de sacerdotes são bem diferentes. Eles vem dos Guan, que eram o povo da àrea agora ocupada pelos Akan e Ewe, e a sociedade moderna Akan é um amalgama de duas culturas.

Chefes Guan e anciãos e outras posições na sociedade Ewe society, contrastando com os Akan, são geralmente uma combinação sacerdote-chefes.

Veja meu texto Quarenta Dias: kw-40p.htm

Os deuses são a personificação espiritual de rios, montanhas e cavernas. Seus sacerdotes estão possuídos por eles quando os deuses querem comunicar-se por meio de ser humano. A palavra "fetiche" é depreciativa e era usada pelos missionários cristãos no século dezenove. O vernáculo local é "akomfo" (pessoas possuídas). Há dois anos, o atual Papa do Vaticano visitou a Africa e pediu desculpa pelos praticantes religiosos tradicionais e pediu desculpa pelos cristãos lhes darem nomes tão depreciativos, e ele reconheceu que elas eram religiões genuínas e não simplesmente cultos e superstições.

Atualmente, cerca de oito entre dez akomfo (sacerdotes) são mulheres.

Entre os Guan, os deuses tem a tarefa de separar patrilineagens que poderiam concordar que determinados individuos sejam designados como akomfo. Agora isso é um pouco ambivalente, e geralmente um escritório sacerdotal é considerado "propriedade" por uma linhagem matrilinear. (Todo indivíduo herda uma linha espiritual de linhagem patrilinear de seu pai, e essas linhas espirituais estão relacionadas aos antigos deuses).

Quando um deus tenta possuir um indivíduo, parece que essa pessoa está tendo um ataque epilético. Membros da família levarão essa pessoa a um sacerdote de confiança que irá determinar se é um deus tentando possuir a pessoa ou alguma outra coisa. Se um deus está tentando possuir a pessoa, ela ou ele, deve passar por treinamento de tres anos, porque o deus não consegue possuir a pessoa adecuadamente enquanto ela não aprender e obedecer todos os tabus de comidas e ações, e como fazer o corpo ser receptivo ao deus. Há casos nos quais uma família do indivíduo ou da linhagem "dona" do deus, se recusa a dar permissão para o treinamento, ou a família do indivíduo selecionado pelo deus recusa a permissão, e o resultado normalmente é loucura ou epilepsia. Não há punições administradas pelos humanos por recusa da posição de sacerdote.

Pessoalmente, eu gostaria de ver mais pessoas de Gana admitidas como imigrantes Canada. Geralmente elas são pessoas boas, adaptáveis e engenhosas. Eu me casei com uma e a trouxe para cá. No entanto, se uma delas usar recusa de oferta para a posição de chefe ou sacerdote para buscar asilo, é desonesto; a pessoa não corre perigo corporal e estará mentindo.

Saudações,

Phil

Às 11:47 AM 07/12
Glynes Elliott, Kari escreveu:

Prezado Dr. Bartle,

Seu nome me foi dado como fonte de informação de excelente qualidade sobre a cultura de Gana e eu fiquei imaginando se você não se incomodaria de me responder algumas perguntas sobre um assunto parecido?

Eu estou fazendo uma pesquisa para o Conselho de Imigração e Refugiados(IRB) sobre sacerdotes fetiche e caciques em Gana. Você poderia me responder as seguintes perguntas? Você poderia me explicar a diferença entre chefe fetiche e cacique? Qual posição é mais privilegiada na comunidade? Há risco de punição física ou repercussões por recusar-se em aceitar a posição de sacerdote fetiche?

Se você não puder ou não quiser responder estas perguntas, sabe de alguém mais que poderia ajudar? Eu agradeceria muito sua ajuda neste caso.

Obrigado,

Kari Glynes Elliott
Oficial de Pesquisa / Agente de pesquisa
Conselho de imigração e do estatuto de refugiados
344 Slater Street, 12th Floor
Ottawa, ON K1A 0K1 Canada
Tel: (613) 992-2724
Fax: (613) 954-1228
Kari.glyneselliott@irb-cisr.gc.ca


Assunto: recusar a oferta de um tamborete
Para: "Drozd, Nancy"

Prezada Nancy,

Eu escrevo para você de Pristina. Eu tenho uma consultoria de curto prazo com UN-habitat em Kosovo. De acordo com o censo de 1960, que é o de informação mais recente sobre isso, porém um dos mais abrangentes em qualquer lugar, o povo Akan, que é o povo de grupos etnicos que falam línguas Akan, compreendem 46 por cento da população. Outros 20-25 por cento falam uma língua Akan como segunda língua.

Apesar de haver duzias de categorias políticas separadas(tribos se você preferir, porém com um nivel político ligeiramente mais alto do que o da categoria antropológica de tribo) dentro do grupo Akan, eles são muito similares(como a cultura alemã Austria e partes da Suiça). Eles também se extendem por cerca de um terço do caminho oeste para a Costa do Marfim, na metade sul do país, eu diria que as consequencias de recusar-se aceitar um posto é práticamente a mesma para todos eles. Homens jovens não querem ser escolhidos porque leva tempo e dinheiro, e tem poucas recompensas que eles buscas. Eles incorrem na ira dos anciãos, mas não há nenhuma evidencia de qualquer dano causado como resultado. Eles não correm perigo.

O pouco que sei do Ewe patrilinear, encontrado principalmente na região do Volta de Gana e em Togo, a segunda maior categoria etnica, e entre o patrilinear Ga-Adangbe, em torno de Accra, e os grupos hierarquicos patrilinear Moshe como o Dagomba perto de Tamale e o resto da região norte, e acima para o Ouagadougou (que tem peles ao invés de tamboretes para demonstrar a chefia) (sómente os Akan são matrilinear), o mesmo pode ser dito.

Talvez você tenha que perguntar na Escola de Estudos Africanos ou no Departamento de Sociologia da Universidade de Gana, Legon, para confirmação disto, porém estou bem certo disso. Eu discuti isso com alguns amigos estimados, especialmente o Dr Jacob Boateng, o chefe nominal informal da comunidade de Gana na Ilha de Vancouver(meu amigo desde o fim dos anos 60 quando ambos eramos estudantes de graduação na UBC), e ele concorda (nós tivemos uma discussão quando você perguntava sobre aquele que recusou a oferta da cadeira de linguísta). Se você ainda tem meus emails para você, talvez queira escrever para Francis Adu Febiri, chefe de ciências socias da Faculdade Camosun College em Victoria, para quem eu copiei uma das minhas mensagens de email para você. Meu informante principal sobre Ewe em Victoria é Hon, Joseph Dziwornu-Mensah, ex-membro do parlamento em Gana; ele não tem email. Sinto muito, aqui em Kosovo eu tenho que usar meu servidor de email na Internet para lhe responder e eu não tenho meu caderno de endereços (ou corretor ortográfico!) que está em Victoria, no meu computador.

Saudações,

Phil


Prezado Phil,

Outra questão com referência a Gana apresentou-se no meu caminho. Me pediram para pesquisar as consequencias de recusar assumir uma posição herdada de chefe da tribo/clã. Na sua opinião eu teria condições de conseguir tal nivel de busca ou eu teria que lidar com cada grupo etnico, ou clã, individualmente dentro do país?

Eu espero que esteja bem e aproveitando a primavera, que acabou de chegar aqui em Ottawa. Alguma notícia sobre os recursos para publicar o seu trabalho FGM? Temo que não tenha nada para reportar do meu lado, mas o trabalho foi bem recebido como uma referência aqui na IRB.

Tudo de bom,

Nancy

Nancy Drozd
Oficial de Pesquisa, Diretoria de Pesquisa
Conselho de Imigração e Refúgio
344 Slater Street, 12th Floor
Ottawa, Ontario, Canada K1A 0K1
Tel: (613) 947-0890
Fax: (613) 954-1228
nancy.drozd@irb.gc.ca


Data: Sexta-feira, 21 Mar
De: "Drozd, Nancy"
Assunto: RE: okyeame

Prezado Phil,

Você é minha mina de ouro em Gana. Faz a minha tão mais fácil, obrigada por ocupar seu tempo para me fornecer uma resposta tão cuidadosa e detalhada. Está tudo nos detalhes!

Sinto saber que do seu diabetes e que ele agora o proibe de viajar. Como deve ser frustrante ─ uma vez viajante, sempre viajante ─ como aprendi por experiência própria.

Eu estou redirecionando o seu trabalho FGM para uma quantidade de colegas meus que lidam com questões FGM. Será uma boa fonte para a Direção. Por falar nisso, eu gosto da apresentação - é interessante e fácil de ler. Eu também percebi seus comentários em casos FGM em Gana.

Então, qual é o seu próximo projeto?

Obrigada novamente,

Tudo de bom,

Nancy


Sent: Mar 19,
De: Phil Bartle
Para: Drozd, Nancy
Assunto: okyeame
Prezada Nancy,

Que bom receber notícias suas novamente.

Obrigado. Eu estou mais ou menos bem. Infelizmente o diabetes piorou e as empresas de seguro não me dão mais cobertura, então eu não posso mais trabalhar fora do país.

Eu terminei o trabalho FGM, e também o tenho traduzido para o espanhol. Você pode ver no: http://cec.vcn.bc.ca/mpfc/modules/adv-fgmp.htm. Eu acho que ao contrário do que disse antes, eu descobri que há alguns poucos casos de FGM em Gana. Eles encontram-se no norte, entre os grupos patrilineares e islamicos. Práticamente não se ouve falar disso entre os Akan (a maioria dos grupos étnicos dominantes Gana), que tem um tabu muito rigoroso contra isso, e nem homens ou mulheres podem ter oficiais tradicionais (ex. chefes, linguistas, sacerdotes) se eles foram circuncisados.

A associação islamica com FGM é ironica porque o islão não pede isso, e há uma prescrição no islão que é contrária a qualquer dano corporal. Isso não é normalmente praticado entre os países islâmicos do leste (Leste do Egito), e está restrito principalmete à Africa (leste e norte).

Eu estou escrevendo hoje porque eu recebi um arquivo sobre Gana sobre o qual eu espero que você possa me ajudar ─ veja perguntas abaixo. Se você puder me fornecer qualquer informação ou orientação, eu agradeceria muito, como sempre.

Eu farei o possível.

Qual é o papel do lingüísta ou lingüísta chefe, na Região Leste de Gana?

Com exceção de alguns poucos grupos Guan como em Akuapem (divisão Benkum, Larteh) e ilhas sociais isoladas, quase todas as pessoas da Região Leste são matrilinear Akan.

Outros grupos, incluindo os Guan (que eram os primeiros povos a viver na àrea agora ocupada pelos Akan, e que compartilham muito da cultura (exceto que são patrilinear), pelos Adanbe, (incluindo os Ga que são os nativos de Accra, e os Krobo), e pelos Ewe (que vivem na Região do Volta, leste da Região Leste, e no Togo).

Coincidentemente, Eu fiz uma apresentação como convidado que cobria esse tópico em parte na Universidade de Victoria na semana passada.

O "lingüísta"(okyeame) é um oficial importante e respeitado no sistema de chefia tradicional Akan. O oficial é simbolizado por um "cajado lingüísta"(poma) que deve estar presente para o okyeame para exercer suas funções e privilégios de oficial.

A palavra "okyeame" não significa "lingüísta" no sentido que temos dela em inglês (ou português). É melhor explicar o oficial como um advogado, embaixador, porta-voz. ("kyea" significa saudar). Deveres inclui rezas (derramar uma libação para os deuses ou ancestrais) em cortes de chefes e ser portador de mensagens de alto nível ou fazer pequenas tarefas entre chefes. Uma vez que o chefe é a personificação de seus ancestrais, por respeito, não se pode falar diretamente com o chefe, porém fazer uma declaração a um okyeame, que irá então falar a "língua dos mortos" para o chefe. O chefe, por sua vez, quando fala a todos os presentes (exceto outros anciãos e chefe), vai falar ao lingüísta que então traduz para a língua dos vivos. (Não há outra língua envolvida, mas os ancião geralmente usam construções proverbiais exotéricas de frase que não são compreendidas abrangentemente pela maioria das pessoas não acostumada com cortes de chefe).

O chefe de Obo, Lider da Divisão Ala Direita (Nifa) de Kwawu, onde eu fiz minha pesquisa de doutorado, tem sete lingüístas, dos quais um é o chefe lingüísta. Com pequenas variantes, no entanto, qualquer coisa que eu diga sobre Obo (Kwawu) se aplica a outros grupos Akan (Ashanti, Akyim Abuakwa, Akuapem, Koforidua-Asante).

O ofício (oficial) é propriedade corporativa (não comunitária) de um abusua (linhagem matrilinear). O okyeame é geralmente também o lider da linhagem, e sua ou seu chefe é simbolizado pelo tamborete negro ancestral. Os anciãos daquela linhagem (na maioria mulheres), escolhem aquela cabeça quando o 'ofício' fica vago (ex por morte ou destituição). Aquele "chefe" é geralmente um homem (cerca de 9 entre 10), porque uma mulher menstruada não pode realizar ritos ancestrais ou entrar numa sala de tamborete ancestral. Ela pode depois da menopausa, ou ser restrita de suas funções uma vez por mes.

Portanto, em Obo, há sete matrilinhagens na federação que possui os postos oficiais de lingüísta. (A ligação é simbozilada por ser "casado" com o chefe Obo). O chefe lingüísta é muito honrado e é um dos reis do tamborete de chefe Obo.

Como lider de sua linhagem, a maioria de suas obrigações, fora a chefe na corte, estão relacionadas a sua própria corte de linhagem. Estas envolvem entreter visitantes e resolver conflitos.

Os deveres e responsabilidades de um lingüísta são como as de todos os anciãos e chefes: morosas, exigem paciência, sabedoria, experiencia, e algum dinheiro (para comprar bebida para os visitantes, etc.). A maioria dos jovens tenta evitar ser escolhida para tornar-se um ancião, chefe ou lingüísta, até que tenham uma forma segura de renda (ex. ter uma propriedade alugada na cidade, ser um produtor de cacao rico, grande comerciante, ou ser um advogado de alto nível que pode delegar o trabalho legal a assistentes). Alguns individuos, que são muito Cristãos, especialmente do tipo evangélico, evitam aceitar tais posições porque esses Cristãos apregoam que libações são rezas para o demônio, o álcool é bebida do demônio, e ser chefe é adoração ao demônio.

Apesar de poderem matar e comer animais domésticos, eles se opõem a rezas traditionais quando esses animais são mortos (e eles compram carne dos açougueiros mulçumanos que rezam quando matam seus animais de corte). Os missionários Cristãos causaram um enorme prejuíso aos valores e costumes da cultura tradicional.

O papel muda dependendo da região?

Sim e não. Nas Regiões para o Oeste: Região Ashanti, Região Oeste, Região Ahafo, Região Central (e partes da Região do Volta para o Leste), os grupos dominantes e mais numerosos são os Akan. O papel é mais ou menos o mesmo em todos os grupos Akan. Onde a idéia okyeame foi emprestada pelos Ewe, os Guan e os Adanbe, isso é similar, apesar de que as linhagens patrilinear são envolvidas, não matrilinhagens. Não é bem um escritório essencial mas pode ser importante. Nas regiões do norte há culturas muito diferentes: eles tem peles ancestrais no lugar de tamboretes ancestrais e alguns grupos no nordeste não tem chefe algum (e quando os Dagomba tentaram coloca-los, estourou uma guerra). Em alguns poucos lugares no norte onde eles tem lingüístas, eles são principalmente simbólicos e não essenciais.

O ditongo escrito "ky" foi inventado pelos missionários Suíços no século dezenove, e é pronunciado como "ch" (/q/ em inglês), com um leve toque do som de "k". Pronuncie Okyeame como "oh chee AM ee" (ôqueeãmee = português) e você não estará pronunciando muito errado.

Como o lingüísta é selecionado - é hereditário?

O cajado do lingüísta (poma) e o ofício são propriedade da matrilinhagem. Quando a posição está vaga por morte ou destronamento (retirada do tamborete), os anciãos da linhagem escolhem um sucessor. As mulheres mais velhas cujas linhagens são genuínas e de descendencia de escravos ( e portanto não elegíveis). Elas podem ter que escolher entre muitos indivíduos, tres ou quatro ou uma dúzia de candidatos. As mulheres velhas geralmente levam os relacionamentos familiares mais a sério que os homens. (Como as linhagens de escravos são mantidas em segredo pelos abusua, as mulheres velhas exercem poder considerável ao revelar sómente para da verdade).

Os anciãos geralmente tentam selecionar uma pessoa rica e/ou muito respeitada para ocupar o cargo, e são mais bem sucedidos nesse ponto com os postos mais importantes do que os de menor importancia. Espera-se que pessoa selecionada traga sua riquesa e prestígio ao posto. Exceto em linhagens muito menores, uma pessoa pobre ou muito jovem e desconhecida jamais será selecionada.

O chefe dos Obo (quando eu estava lá nos anos setenta) era um sargento aposentado da polícia (que aposentou-se mais cedo quando ele foi escolhido), o chefe lingüísta dos Obo é um fazendeiro de cacau (bem de vida - não excessivamente rico). O Chefe primordial dos Kwawu é um advogado semi aposentado com um escritório em Tema. (eu fui adotado como filho do antigo chefe Obo, em 1966; eu não poderia portanto ser um membro de sua linhagem).

Quais, se é que há algum, são os ritos de iniciação ao posto?

Assim como em toda tomada de posto de tamborete, a rainha mãe da linhagem deve inspecionar (ou testemunhar durante a posse) o indivíduo para verificar que ele não tenha sido circumcisado (a resistência Islâmica). Sua checagem é essencial (se o chefe ou ancião estiver para ser destituído, então ela diz que pode ter se enganado, e supõe que o indivíduo de qualquer modo não era completo). A linhagem mais velha tem então que ir a corte para apresentar sua escolha e ter permissão da corte dos mais velhos e chefe.

A posse do tamborete do lingüísta, seja por um ancião ou chefe, acontece na sala da linhagem ancestral onde os tamboretes negros são mantidos. O individuo é vendado e levado à um dos tamboretes. O individuo recebe o nome do tamborete escolhido. Os anciãos então devem cuidadosa e gentilmente abaixa-lo, nú, sobre o tamborete sem que seu peso total esteja sobre ele. O espirito do ancestral então entra no indivíduo, assim como todos os espiritos de todos os ancestrais daquela linhagem. Os lideres derramam libação chamando primeiro por Deus (nascido Sábado), Mãe Terra (nascida quinta-feira) todas as linhagens e deuses locais (rios, cavernas e montanhas) e todos os ancestrais (por nome), para explicar que essa pessoa foi escolhida, e que eles desejam que os ancestrais aceitem o indivíduo. Um carneiro é sacrificado de modo similar ao de uma reza.

Para um lingüísta, há algo mais que envolve os "cajados falantes" enegrecidos (apoma) que são antigos cajados de titulares anteriores que ficaram escurecidos pelo boto(cinza, carvão, remédios especiais de ervas e claras de ovos) do mesmo modo que os banhos de tamboretes de chefes importantes são enegrecidos para se tornarem tamboretes ancestrais. Libação com àgua ardente e morte de um carneiro são feitas para o cajado ancestral escolhido assim como era feito para o tamborete ancestral escolhido.

Coincidentemente, a cerimonia do pessoal negro, que foi levada as 4:00 horas da madrugada por todos os sete lingüístas Obo, em Akwasidae (a cada 42 dias), uma hora antes da cerimonia do tamborete negro do chefe Obo, a qual eu participei, não tinha sido escrita em nenhum lugar na literatura da etinografia Akan quando eu fazia esta pesquisa, durante os anos setenta. (Quarenta Dias).

e quais são as obrigações?

As obrigações são estar disponível ao chefe na corte do chefe, e em qualquer outra atividade como em celebrações públicas (durbars), funções de chefia nacional, funerais, falar entre o chefe e outros, ser um advogado e porta-voz, acrescentar elegância, pompa e cerimonia ao chefe, e realizar ritos ancestrais para o chefe. O okyeame também fala aos ancestrais durante a libação (de àgua ardente ou vinho de palma) ou sacrificio de um carneiro.

Como lider de sua matrilinhagem, eles também incluem ritos ancestrais a sua própria linhagem, sentando na corte de linhagem para resolver casos e mais até, os negócios da linhagem.

O lingüísta cumpre obrigações que envolvem sacrifício animal?

Certamente. Frequentemente no entanto, o lingüísta faz a oração enquanto um especialista usa a faca (Sacrificio de um carneiro é reminiscente daquele praticado por Abrão na Bíblia).

Em linhagens local ocasionais uma galinha pode ser sacrificada. Em grandes eventos de estado uma vaca pode ser sacrificada (importado do norte porque eles não prosperam na floresta tropical por causa da mosca tsé-tsé). Para chefes, no entanto, o carneiro é o mais comum.

Somente num ritual de funeral uma cabra seria usada, e isto seria considerado um substituto para um ser humano, assim como era feito há trezentos anos atrás.

E finalmente, quais são as consequencias, se houver alguma, para a recusa da posição (de posto)?

Eu fui selecionado para ser o sucessor do Obo Asonahene (pai do lider da Banda de Dança Irmãos Africanos) da qual eu era um membro adotivo, quando de sua morte, mas melhor do que fugir (uma estratégia comum), eu simplesmente lhes disse que eu era um estudante, não tinha dinheiro, e provavelmente teria que voltar ao meu país quando terminasse meu doutorado. Isso foi aceito. Eu fiquei por alguns poucos anos, lecionando na Universidade de Cape Coast, e eu não perdi meu privilégio de entrar na sala de tamboretes ancestrais da linhagem Asona.

Não há sanções negativas, como tortura, morte ou aprisionamento por rejeitar a escolha para o posto. O individuo pode perder o respeito da linhagem dos anciãos, e pode encontrar dificuldade para usar terra da linhagem (não é um grande problema se eles são educados (foram à escola) e urbanizados). Por causa de medo e vergonha, o individuo pode não ir à sua cidade natal e sentir-se como um exilado.

Nancy Drozd
Escritório de Pesquisa, Diretoria de Pesquisa
Comitê de Imigração e Refúgio
344 Slater Street, 12th Floor
Ottawa, Ontario, Canada K1A 0K1
Tel: (613) 947-0890
Fax: (613) 954-1228
nancy.drozd@irb.gc.ca
Espero que essa notas lhe sejam úteis, Nancy. Me avise se houver outras coisas.

Saudações,

Phil

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Phil Bartle, PhD. Empoderamento da Comunidade & Treinamento Participativo
Documentos Profissionais de Rede: http://cec.vcn.bc.ca/mpfc/sitep.htm
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Desenvolvimento da Capacidade: http://cec.vcn.bc.ca/mpfc/modules/cap-intp.htm
Equilíbrio de Gênero: http://cec.vcn.bc.ca/mpfc/modules/gen-intp.htm
Micro-Empresa http://cec.vcn.bc.ca/mpfc/modules/mic-intp.htm


De: Phil Bartle
Enviado: 29 de outubro
Para: Drozd, Nancy
Assunto: Kontihene de Abetifi

Prezada Nancy,

Obrigado por sua mensagem. Eu tentarei responder suas perguntas da melhor maneira que puder.

O nome do "oman" (estado, tribo, grupo étnico) em questão é "Kwawu" (geralmente escrito de forma incorreta "Kwahu" por causa de interpretações britâncas mal feitas de ortografias Suiças quando os britânicos tomaram a administração de todas as atividades de missões de Basel em 1917).

O oman é política e administrativamente montado como todos os aman Akan (omans) de Gana e da Costa do Marfim. Um pouco como um time de futebol ou hockey, e projetado originalmente para a guerra. Tem principalmente, "Gyase" (algo como Ministério do Interior), divisões Adonten (ataque), Benkum (ponta esquerda), Nifa (ponta direita) e Kyidom (lateral). (O Asonahene que me adotou na matrilinhagem Asona de Obo também era Gyaasewahene de Obo, sob o Gyaasehene, ministro do interior; há muitos postos nomeado em cada corte de chefe).

Abetifi é o lider da divisão Adonten de Kwawu. O clã matrilinear de Abetifi (Tena) é a mesma que a de Abene (Bretuo), o assento principal de Kwawu. (Bretuo é chamado Twidan em outros grupos Akan).

Às 10:42 AM 2002/10/29 -0500, Drozd, Nancy escreveu:

Eu estou tentando encontrar informação sobre a posição de chefia de "Krontihene" em Abetifi Kwahu.

A palavra "ohene" geralmente é traduzida como "chefe" e é uma posição que pertence à uma linhagem e dada a um de seus membros (para administrar seus direitos e privilégios) pela linhagem.

O "Krontihene" é geralmente chamado "Kontihene". A posição é uma que é conquistada na maioria das sucessões entre os grupos Akan. A matrilinhagem é como uma corporação, e ela é dona dos tamboretes ancestrais de Kontihene. (Por causa da pronúncia local de Kontihene, eu chamava o Obo Kontihene de "Krontihene" por muito tempo até que eu aprendi o nome correto. Nana Noah Adofo era minha principal informante de cultura Kwawu e Obo, e minha filha Beatrice tem o equivalente feminino de seu nome, Adofowa).

A palavra "Konti" significa uma posição particular na corte do chefe. A cidade é uma aliança de umas poucas dúzias de matrilinhagens, essa aliança geralmente simbolilzada pelo casamento de um membro do sexo feminino de uma linhagem com o "ohene" ou o chefe. (O Abetifihene também sendo o Adontenhene de Kwawu). Quando uma esposa morre, a linhagem geralmente arranja outra mulher para o ohene. Um novo ohene herda todas as esposas de um ohene morto, e a posição de esposa é mais um seguro velhice do que ter qualquer obrigação conjugal. O Kontihene é um dos anciãos importantes em uma corte de chefe, um dos "fazedores de chefe". Quando os líderes que destituir o chefe, o Kontihene pede as sandálias do chefe que separam o chefe sagrado do solo) e assim que os pés do chefe tocam o solo, ele está destituido de seu tamborete.

Qual a relação de posição com outras posições como a de Akwamuhene?

a palavra "Akwamuhene" tem significados diferentes em contextos diferentes: chefe de um estado chamado Akwamu ou um dos estados originais Akan states. Pode ser um dos anciãos de uma cidade.

Você sabe sobre tradições de sucessão e há consequências por recusar o posto?

Sim, e sim.

Quando um chefe ou ancião morre (por exemplo, um que possui um posto no sistema de chefia), é a matrilinhagem que deve providenciar a substituição. Não é sucessão automática como para o rei da Inglaterra. Pode haver uma meia duzia de pessoas que chamem a atenção dos anciãos da linhagem. Uma mulher está qualificada para tornar-se uma ohene, mas por volta de 10 por cento entre os chefes Akan em Gana são mulhers, mas ela não pode realizar rituais, especialmente aqueles relacionados aos tamboretes ancestrais, se ela estiver menstruando. Portanto, uma mulher na pós menopausa pode ser escolhida, ou, em posições menores uma mulher jovem é escolhida apesar de ter que enviar um substituto se estiver menstruada durante o momento de um ritual ancestral.

Os anciãos da linhagem tentam encontrar a pessoa mais bem sucedida e influente para o posto. O chefe supremo dos Kwawu (em Abene) por example, é um advogado de sucesso que trabalha em Tema. O Asantehene (Imperador Ashanti) é/era também um advogado.

Os deveres de um ohene são extensos e cansativos. Eles consitem principalmente de sentar-se e ouvir casos, em sua própria corte se o caso encontra-se dentro de sua linhagem, e dentro da corte do chefe se o caso for trazido para a cidade do chefe. Muitos homens jovens não querem ser sobrecarregados com tais deveres, e fazem-se escassos quando os anciãos estão escolhendo. Geralmente eles estão na casa da cidade durante os procedimentos de funeral, e são identificados nesse momento, e podem ser escolhidos antes que possam ir embora.

(eu fui escolhido pela linhagem do Asona em Obo, o lider da divisão de Kwawu Nifa division, porém eu pude desculpar-me com os mais velhos que me adotaram dizendo que eu ainda estava fazendo meu doutorado e que eu tinha responsabilidades a cumprir de volta a minha casa no Canada).

Depois que a linhagem escolhe seu sucessor(a), apresenta então seu nome aos mais velhos na corte do chefe para ratificação (confirmação). Um carneiro é morto a cada etapa para manter os ancestrais felizes.

O Kontihene é um posto importante e um dos sete "fazedores de reis". Por exemplo, um dos sete mais velhos na corte do chefe que escolhe um novo chefe. Se os fazedores de reis decidirem empossar um chefe, o Kontihene efetua o ato ao exigir que o chefe lhe dê suas sandálias.

Consequencias por recusar um tamborete (posto):

A linhagem pode fazer muito pouco para punir uma pessoa escolhida para ser chefe ou lider da linhagem. Nos tempos antigos, pre coloniais, eles podiam decidir que a pessoa fosse morta (torcer o pescoço é preferível porque sangue real não deve ser derramado) mas isso é uma escolha opcional e não é automática. Atualmente os mais velhos dependem principalmente de lealdade e do senso de obrigação do escolhido. Se essa pessoa contraria os anciãos, eles podem escolher não reconhecer os direitos da pessoa, como acesso a terra da linhagem para plantio.

Você se lembra dos nomes do Krontihene em Abetifi Kwahu ou do atual Krontihene?

Não. (Desculpe-me, isso foi ha mais de 30 anos). O Kontihene de Obo era Nana Noah Adofo II, uma das minhas informantes chave.

Muito obrigado por sua ajuda. Qualquer sugestão que tiver como por exemplo quem eu deveria contatar com relação a essa questão, eu agradeço. Eu gostaria de ter um retorno seu o mais breve que possa porque espero poder submeter a informação sobre esse tópico até 30 outubro de 2002.

Você não me perguntou, mas eu ficaria surpreso se a recusa de um posto (tamborete) fosse razão suficiente para que alguém tivesse sua vida em risco. Os Kwawu, como os Akan, são tolerantes e razoáveis. Violencia não abunda, nem faz parte desta cultura.

Durante os anos setenta, eu lecionei sobre sociedades tradicionais africanas como professor senior na Universidade de Cape Coast Gana, e eu fiz meu doutorado na Universidade de Gana, Legon, baseado na etnografia de Obo, Kwawu.

Por favor, sinta-se a vontade para me telefonar para mais esclarecimentos.

Atenciosamente,
Nancy Drozd
Oficial de Pesquisa, Diretoria de Pesquisa
Comitê de Imigração e Refúgio
344 Slater Street, 12th Floor
Ottawa, Ontario, Canada, K1A 0K1
Tel: (613) 996-0768
Fax: (613) 954-1228
nancy.drozd@irb.gc.ca


Data: Terça-feira, 29 out
De: "Drozd, Nancy"
Assunto: Pedido de Informação
GHA39781

Prezado Sr. Bartle,

Eu encontrei seu curriculum vitae e informação para contato na Internet e gostaria de saber se estaria disposto a me ajudar com uma questão que estou pesquisando no momento sobre posições de chefia em Gana.

Eu sou um pesquisador do Comitê de Imigração e Refúgio (IRB) do Canada, o qual é um tribunal administrativo independente responsável por determinar a situação de refugiado e pedidos de imigração no Canada. Como minha pesquisa se restringe a questões que surgem no processo determinar a condição de refugiado, é importante que eu encontre informação atual, confiável e publicamente disponível sobre o país de origem do requerente. Na verdade, é com essa preocupação que lhe escrevo hoje.

Eu estou tentando encontrar informação sobre a posição de chefia de "Krontihene" em Abetifi Kwahu. Como essa posição se relaciona com outras como a de Akwamuhene? Você tem conhecimento sobre tradições de sucessão? Há consequencias por recusar aceitar o posto? Você se lembra dos nomes do Krontihene em Abetifi Kwahu ou do Krontihene atual?

Muito obrigada por sua ajuda. Quaisquer sugestões que tiver ou quem eu poderia contatar com relação a essa questão eu também agradeceria. Eu gostaria de ter uma resposta o mais breve de acordo com sua conveniência porque espero submeter informação sobre esse tópico até 30 outobro.

Atenciosamente,

Nancy Drozd
Oficial de Pesquisa, Diretoria de Pesquisa
Comitê de Imigração e Refúgio
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Todos os relatórios feitos pela Diretoria de Pesquisa pode ser usado como evidência documental durante audiências para determinação de refugiados no Canada, estão disponíveis publicamente, e podem ser acessados no site do IRB na Internet www.irb.gc.ca Por questões de praticidade, a Direção de Pesquisa não usa os nomes de fontes em seus relatórios curtos, mas citará títulos profissionais e as instituições as quais estão afiliados. Caso um pedido de apelo de decisão do IRB seja concedido pela Corte Federal, o registro total dos procedimentos à frente do IRB torna-se um registro público.

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